Curiosidades Vinicius Delmondes

Vaga-lumes em perigo de extinção: cientistas alertam que podemos ser a última geração a vê-los

E se as luzes dos vaga-lumes se apagassem para sempre?

Pode parecer exagero, mas não é. O mundo está testemunhando, silenciosamente, o desaparecimento de um dos espetáculos mais poéticos da natureza. Os vaga-lumes — criaturas que iluminam noites e memórias — estão com os dias contados. E a culpa é toda nossa.

Um estudo publicado na respeitada revista Bioscience acendeu o alerta vermelho: mais de 2.000 espécies estão em risco de extinção. E os vaga-lumes, infelizmente, estão entre elas.

A destruição do habitat, os pesticidas e, ironicamente, o excesso de luz estão matando os mestres da luz natural. Isso mesmo: a iluminação artificial — que deveria facilitar a vida humana — está silenciando o brilho dessas pequenas lanternas vivas.

“Além de afetar nossos próprios ritmos biológicos, a poluição luminosa atrapalha os rituais de acasalamento dos vaga-lumes”, explica Avalon Owens, coautora do estudo. Eles piscam para amar. E quando o mundo está iluminado demais, eles simplesmente não se encontram.

A professora Sara Lewis, da Universidade Tufts, reforça que a perda de habitat é hoje a principal ameaça. Alguns vaga-lumes, como o da Malásia (Pteroptyx tener), dependem de ecossistemas específicos como manguezais — que estão sendo transformados em plantações e fazendas. É como tirar o palco antes da apresentação.

E não para por aí. Pesticidas usados para matar pragas estão exterminando também os vaga-lumes, principalmente na fase larval, quando passam anos no subsolo ou na água. Ou seja, eles estão sendo apagados antes mesmo de brilhar.

Apesar da gravidade, ainda há esperança. Iniciativas como o Firefly Watch, que envolve cidadãos no monitoramento dos vaga-lumes, mostram que é possível agir. Mas precisamos correr. Cada noite que passa pode ser uma noite sem luz.

Porque o mais trágico não é que os vaga-lumes estejam sumindo.
É que talvez a gente só perceba isso quando for tarde demais.

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