As mulheres dedicam 1,3 vezes mais tempo que os homens em tarefas domésticas

O Conselho Nacional de Avaliação da Política de Emprego (Coneval) alertou para a persistente disparidade de gênero no mercado de trabalho, onde as mulheres dedicam consideravelmente mais tempo ao trabalho, tanto remunerado quanto doméstico, do que os homens, mas ainda assim enfrentam salários inferiores.

Entre 2016 e 2022, as mulheres dedicaram em média 32 horas semanais às tarefas domésticas, enquanto os homens dedicaram apenas 14 horas. Esta desigualdade é exacerbada pelo fato de que as mulheres recebem entre 10 e 25 pesos a menos por hora do que os homens, dependendo de sua situação de pobreza.

Os dados revelados pelo Banco Mundial ecoam essa disparidade, mostrando que as mulheres têm apenas dois terços dos direitos legais que os homens desfrutam. Além disso, segundo o Sistema de Indicadores sobre Pobreza e Gênero no México, a disparidade de gênero na participação econômica persiste, com uma diferença de cerca de 30 pontos percentuais entre a participação média das mulheres e dos homens no mercado de trabalho.

O relatório Coneval aponta que o emprego subordinado e não remunerado é duas vezes mais prevalente entre as mulheres, especialmente entre os trabalhadores com mais de 65 anos e aqueles em situação de pobreza. Esta divisão sexual do trabalho não apenas contribui para a vulnerabilidade das mulheres à pobreza, mas também restringe suas oportunidades de participação no mercado de trabalho e em outros espaços públicos.

O Banco Mundial, em seu relatório Women, Business and the Law, destacou que nenhuma economia do mundo oferece igualdade de oportunidades de gênero, mesmo as mais desenvolvidas. Analisando 190 economias, a instituição descobriu que as mulheres têm apenas 64 por cento das proteções legais que os homens possuem, um declínio em relação aos 77 por cento do ano anterior. Esta desigualdade é um reflexo claro da persistente lacuna de gênero que permeia os espaços de trabalho em todo o mundo.